Através do uso delicado e sedutor das plataformas digitais, Malicho escava na sua biografia pessoal e, ao mesmo tempo, na biografia da cidade de Santiago do Chile, numa memória recente dos seus tumultos e, simultaneamente, nas cicatrizes profundas da sua história social e política. Um espetáculo que coloca o foco em lugares mágicos e singulares, revelando uma topografia emocional, uma relação com a cidade que para cada pessoa é sempre diferente, mas na qual inevitavelmente nos encontramos.
Em “Reminiscência” instala-se uma marca de investigação própria e única, como uma aposta num novo género, onde encontramos um ensaio documental biográfico muito sensível, ao mesmo tempo político e íntimo. O que acontecerá às nossas pegadas quando já não estivermos aqui? Ficarão as nossas vozes nas ruas, guardadas numa pasta em memória externa? Que relato de nós contará o Google quando já não existirmos? Será possível voltar a encontrar-nos, a tocar-nos, a evocar juntos a realidade que queremos?
Esta é uma peça que trabalha a memória pública e privada. Malicho recorre à perda de memória da sua avó para fazer o paralelismo com as perdas de memória da sociedade, e de quão importante é não deixar de ter fé na nossa capacidade de resistência, na importância do afeto e de estar juntos.
Considerada pelo Círculo de Críticos de Arte do Chile como a melhor criação de 2020, foi apresentada em festivais na Argentina, Suíça, Brasil, Equador e Espanha.
Through the delicate and seductive use of digital platforms, Malicho digs into his personal biography and, at the same time, into the biography of the city of Santiago, Chile, reflecting on its recent turmoil and the deep scars of its social and political history. It is a performance that focuses on magical and singular places, revealing an emotional topography—a relationship with the city that is always different for each person, yet in which we inevitably find ourselves.
In Reminiscência, a unique and original mark of investigation is established, representing a commitment to a new genre, where we find a very sensitive biographical documentary essay that is simultaneously political and intimate. What will happen to our footprints when we are no longer here? Will our voices remain in the streets, stored in a folder on an external drive? What story about us will Google tell when we no longer exist? Is it possible to find ourselves again, to touch each other, to evoke together the reality we want?
This is a piece that works with both public and private memory. Malicho draws upon his grandmother's memory loss to create a parallel with society's memory losses, emphasizing the importance of not losing faith in our capacity for resilience and the significance of affection and togetherness.
Considered by the Chilean Circle of Art Critics as the best creation of 2020, it has been presented at festivals in Argentina, Switzerland, Brazil, Ecuador, and Spain.
19h
Produção, direção e dramaturgia Malicho Vaca Valenzuela
Interpretação Rosa Alfaro, Malicho Vaca Valenzuela e Lindor Valenzuela
Som Raimundo Stevenson
Assistência de direção, produção e tour manager Ébana Garín Corone
Acompanhamento técnico em digressão Roni Isola
Produção Le Insolente Teatre
Coprodução Matucana 100 Santiago, Chile.
Production, direction, and dramaturgy Malicho Vaca Valenzuela
Interpretation Rosa Alfaro, Malicho Vaca Valenzuela e Lindor Valenzuela
Sound Raimundo Stevenson
Direction assistance, production, and tour manager Ébana Garín Corone
Technical support on tour Roni Isola
Production Le Insolente Teatre
Co-production Matucana 100 Santiago, Chile.