Tika divide-se entre o trabalho como artista interdisciplinar e designer gráfica. Trabalhou como atriz, performer, encenadora, gestora, empregada de mesa, caixa e produtora independente, especialmente na Bolívia.
Começou no teatro em 2001 e a partir de 2013 passou a explorar a performance, com uma maior consciência dos processos e pesquisas. Fez o Mestrado Interdisciplinar em Teatro e Artes Vivas na Universidade Nacional da Colômbia, o que lhe permitiu entender que sempre procurou um lugar para se sentar e olhar para as nuvens, ver as pessoas passar e fazer disso um segredo que partilhará, em algum momento, com desconhecidxs. .
Tika divides herself between work as an interdisciplinary artist and graphic designer. She has worked as an actress, performer, director, manager, waitress, cashier, and independent producer, essentially in Bolivia.
She started theater in 2001, and from 2013 began to explore performance, with a greater awareness of procedures and research. She did her Interdisciplinary Master in Theatre and Performing Arts at the University of Colombia, which allowed her to understand that she has always looked for a place to sit and look at the clouds, watch people pass by, and make it a secret that she will share, at some point, with strangers.
PROPOSTA DE DOCUMENTAÇÃO/ARQUIVO DE LINHA DE FUGA 2022
Querem criar uma crónica (Guamán Poma de Ayala). Propõem trabalhar com a escrita a partir da sua dimensão expandida e como o motor do trabalho de documentação e arquivo no Laboratório; como fórmula do sussurro, como formulação de presságios, contrafeitiços para reencantar; através da escrita querem exercitar a escuta, querem espalhar a febre do arquivo; escrever com a língua, escrever com o cotovelo, a partir dos intestinos, escrever entre todos como um ecossistema mutante. Através de uma série de provocações cuidadosas de "gualicheras" e bruxarias, pretendem propor aos participantes de Linha de Fuga maquinarias de arquivo e memória, de ficção e autoficção, para construir juntos uma memória do futuro.
Esta é uma proposta coletiva de documentar Linha de Fuga 2022 que nasce das reflexões geradas na plataforma GERMINAL, um espaço de pensamento que juntas começaram a desenvolver neste último ano que é um viveiro de pesquisas para as artes vivas, em território boliviano. Essa curadoria-cura como lhe chamam permitiu-lhes imaginar os processos de criação a partir de uma perspetiva ampliada como curadoras-curandeiras do trabalho artístico, imaginando este trabalho de curadoria-cura clínica-curandeira como um processo de regeneração e escuta profunda dos artistas. Para elas, o artista está para lá do seu virtuosismo e tecnicidade, pelo que preferem focar-se nas potências/poderes do artista-poeta, do artista-astrólogo e do artista-agricultor, tal e como se consideraria esta profissão no âmbito das cosmovisões andinas.
DOCUMENTATION PROPOSAL/ARCHIVE OF 2022’S LINHA DE FUGA
They want to create a chronicle (Guamán Poma de Ayala). They propose to work with writing from its expanded form and as the driving force of the documentation and archive work in the Laboratory; as a formula for whispering, as a formulation of omens and counter-spells to re-enchant. Through writing, they want to exercise listening, they want to spread the thrill of archive work; to write with the tongue, to write with the elbow, from the gut, to write among all as a mutant ecosystem. Through a series of careful provocations of "gualicheras" and witchcraft, they intend to propose to the participants of Linha de Fuga types of machinery of archive and memory, of fiction and autofiction, to build together a memory of the future.
This is a collective proposal to document 2022’s Linha de Fuga, born from the reflections generated in the Germinal platform, a space of thought that they have started to develop together in this last year, which is a research nursery for the performing arts, in Bolivian territory. This curatorial-healing - as they call it - has allowed them to imagine the processes of creation from an expanded perspective as curators-healers of the artistic work, imagining this curatorial-healing work as a process of regeneration and a way of deeply listening to the artists. For them, the artist is beyond their virtuosity and technicality, so they prefer to focus on the strengths/powers of the artist-poet, artist-astrologer, and artist-farmer, just as one would consider this profession within the Andean cosmovisions.